Um barraco
Augusta Schimidt

No morro... Um barraco,
Tendo o sol por testemunha
Guarda os sonhos,
Guarda a história
Do poeta e sua glória

Seu jardim é a natureza
O mar é a fortaleza
Cercando o morro com maestria
Servindo de alento às gaivotas
Que sempre retornam trazendo esperança

As janelas sempre abertas
Deixando a luz da verdade entrar,
Inspira os versos do poeta
Que passa suas noites
Pescando estrelas no mar.

Campinas/21/09/2006

Tudo por você

Eu queria alcançar o vento
Contar as estrelas do céu
Chegar ao final do arco-íris
Transformar a lua em véu

Eu queria abraçar o mar
Voar com as gaivotas
Ter a cor das borboletas
Cantar como o rouxinol

Eu queria ser a lágrima dos anjos
Quando choram de emoção
Pois são lágrimas de esperança
Pra regar seu coração.

Augusta Schimidt
28/06/04

Testamento
Augusta Schimidt

Espera...
Não me cale...
Deixa que eu fale,
Vou sim fazer meu testamento
Pois de Deus ganhei o firmamento
A vida...
Os sentimentos.

E você,
Não queira ler meu pensamento
Pra saber o que vou deixar,
Preciso pensar...

Para as crianças,
Deixo a esperança

Para o céu,
Deixo a lua cheia
Que clareia majestosa
Bela e garbosa
Toda existência da Terra.

Para as estrelas,
Deixo os anjos
Para que com elas façam seus versos
Declaração universal de amor
Para todos que habitam o planeta.

Para a lua,
Deixo a minha gratidão
Por ter sempre iluminado
Minhas noites de solidão.

Para o sol,
Deixo a minha alegria
Por ter sempre me aquecido
Por ter sido um grande amigo.

Para o mar,
Deixo a brisa suave
A melodia terna das ondas
E o horizonte de fundo.

Para as árvores
Deixo o orvalho
Que cintila de mil cores
Anunciando o frescor das manhãs.

Para os passarinhos,
Deixo o perfume das flores.
E para as flores,
Deixo os passarinhos cantores.

Para os meus amigos,
Deixo um pouco de mim
Do meu carinho
E do meu existir.

E finalmente
Para os meus filhos amados
Deixo o presente e o futuro
A experiência de vida vivida
E o amor mais puro.

E para minha morte..
Deixo sim,
As lágrimas da despedida.

Campinas/SP
01/06/2005

Saudade

No silencio da noite, escuto,
Com o coração aberto... Cheio de esperança
A saudade de ontem
Iluminada pelo brilho das estrelas.

Saudade doce
Que repousa na noite,
Ao longe, a musica suave,
Traz acordes de ilusão
Surge você em meu pensamento
Transbordando de afeto o meu coração

Com a saudade navego em sonhos
Esperando o dia amanhecer
E quando os primeiros raios de sol
Despontarem no céu a brilhar
Renascerei esperança
Fortalecida com as doces lembranças.

Augusta Schimidt
08/12/2004

Poesia da Alma

Augusta Schimidt

Poesia que sai da alma
É poesia encantamento
Leve brisa sonora
Brando sopro de vento
Palavras faladas
Cadencia gostosa
Como as borboletas
Quando planam sobre as rosas
E a poesia quando sai da alma
Tal qual um canto pungente
Cheia de magia se faz presente
E o coração acompanha
Esse compasso que o poeta sente.

Campinas/11/06/2007

O sono e o sonho
Augusta Schimidt

A brisa cálida da noite
Embalou meu sono
E eu...adormeci com a certeza
De que teria sonhos iluminados
Pela lua...pelas estrelas...

Realmente sonhei...
Sonhei com um mundo melhor
Com pessoas felizes
De comportamento elegante
De caráter cativante

Sonhei que os amigos
Eram amigos de verdade
Que nada havia de falsidade
E que o amor...só o amor era importante
Para manter no semblante
A eterna felicidade

Sonhei que não havia mais fome
Que não havia mais guerra entre os homens
E que a justiça seria igual
Para toda a humanidade

E quando acordei
Deste sono repousante
Agradeci a Deus
Me senti fortalecia
Para continuar com a lida
Nesta vida que não é perfeita
Mas me dá a oportunidade
De abraçar aos meus amigos
E desejar a todos eles
Um mundo melhor
Cheio de Felicidade.
Campinas/SP 08/08/2005

O Poema Perfeito
Augusta Schimidt

Magnífica inspiração teve Deus
Ao doar à natureza
O aroma das matas
O frescor das manhãs

Ao delegar poderes ao vento
Que quando passa ligeiro
Derruba em seu roteiro
Muitas flores pelo chão

Magnífica inspiração teve Deus
Quando deixou o sol aparecer
Instigando os passarinhos
A deixarem os seus ninhos
Para nos encantar todas as manhãs
Com seu canto mavioso

E quando desenhou no céu as estrelas
Para que pudéssemos delas nos enamorar
E em parceira com a lua
Doou a noite ao seresteiro
Para que ele pudesse cantar.

Sim... É a natureza o poema perfeito
E Deus... O maior poeta de todos os tempos.

Campinas/28/01/07
19.00h

Noite Fria


Noite fria
Céu escuro
A hora passa e o sono não vem
Ouço vozes
Que vêm de longe
Seriam as estrelas procurando alguém?

São os anjos
Que cantam suave
Melodia e oração
Estão trazendo conforto e alento
Pra acalmar meu coração.

Augusta Schimidt
29/06/04 – 01.30hs

Mulher mistério
Augusta Schimidt

Perfume de mulher
Nome de santa
Maria dengosa
Carrega mistério no olhar

Não sei se é dor ou amor
Solidão ou ilusão
Só sei que Maria esconde seu coração

Maria entre tantas Marias
Tem um quê especial
Talvez emoções não vividas
Desejos contidos
Saudades guardadas dentro do peito
Doces lembranças...

Maria mistério
Mulher madura
Têm na alma raios de luar
Com beleza e magia
Maria vai...
Segue a vida...
E entre o medo e a esperança
Espera um novo amanhecer.

Campinas/31/05/06
22.00h

Mulher Madura
Augusta Schimidt

Mulher madura
Que guarda no peito
Perfumadas lembranças
Cheia de mistério
Tem no corpo a doçura do outono
E no coração a esperança
Ventura dos que amam

Mulher madura
Que quando a paixão incendeia
Exala magia e beleza
Plena de amor e desejo
Mergulha nos suspiros da tarde
E derrama doce harmonia

Campinas/17/03/2007
16.30h

Mulher


Mulher, inspiração divina
Luz dos olhos de Deus,
Faz jus ao seu nome na Terra,
Faz jus à sublime missão.

Mulher, cujos braços governam,
Mulher,cujas palavras consolam,
Mulher,cujos sonhos acalentam,
Que faz da vida um palco de eternas emoções,
Mulher
Que tal qual uma flor
Desabrocha e exala a cada minuto
O perfume suave do amor.

Mulher que em verso e prosa é magia,
Mulher que gera e alivia,
Mulher que tem na alma Maria
Mulher eternamente Mulher...

Augusta Schimidt
07/03/2005

Mentira
Augusta Schimidt

Mentira
Verdade incontestável que repudio
Sentimento vil
A mentira como a magia
Seduz...
Ledo engano
Aquele que mente
É escravo do rancor
Demagogo... Bobo... Sofredor...

Mentir é viver fugindo
É ter medo de enfrentar o óbvio
Quem sobe com mentira
Logo desce... fenece

Mentira é só mentira... Nada mais...

Campinas/29/06/06

Mãos...abençoadas sejam sempre
Augusta Schimidt

Mãos abençoadas...
Que acariciam
Mãos poderosas...
Que constroem
Mãos que consolam...
Que oferecem flores
Mãos que afagam...
Enxugam lágrimas
Mãos que falam...
Sem palavras
Mãos gentis...
Que colaboram
Mãos sutis...
Às vezes hostis
Mãos artistas...
Que pintam sonhos
Mãos que oram...
E imploram bênçãos
Mãos úteis...
Serviçais
Mãos unidas... abençoadas
Imploram a Paz

Campinas/10/07/2005

Mãe
Augusta Schimidt

Mãe,
Inspiração e ternura
Luz dos olhos de Deus
Criatura abençoada
Eleita pelo Criador
Para gerar a semente do amor

Mãe,
Cujo nome em verso e prosa é magia
Que tem no coração a esperança,
Você é tal qual uma flor
Que desabrocha ao amanhecer
E exala o suave perfume do amor

Mãe,
Que tem o brilho das estrelas no olhar,
Que diz palavras sabias ao educar,
Que tem a força nos braços para proteger,
Que tira as pedras do caminho,
Que consola com carinho...

Você...
Que quando entrelaça as mãos em oração
Pedindo a paz e a união
É a bem – aventurada entre todas as mulheres
Porque através de seu ventre
Permitiu que seus filhos realizassem na sua história
O mistério da criação.

Campinas/24/04/06

Intermezzo
Augusta Schimidt

Fogem aves pelo céu cinzento
Meus versos fluem tristes
Como o badalar do sino de um convento

Vejo a vida passar por um momento
E em pensamento evoco a luz das estrelas
Para que iluminem meu caminhar
E que nessa estrada eu possa
Encontrar a paz que procuro

Segredos...
Mistérios...
Homens insensíveis
Destruição
É preciso expulsar o que destrói
Mesmo que seja na imaginação

É preciso sonhar
Sonhar para viver
Ter saudades
Para voltar a crer

É preciso olhar o sol ao entardecer
É preciso sentir...
Amar...

Amar o amor
A dor
O carinho
O espinho

Sentir a grama
A lama
O mel
O fel
Olhar o céu e entender

Entender que a vida é
Um conjunto de sabores
Cores e odores
E saber que tudo tem o seu momento
E acreditar que viver valeu a pena.

Campinas, 15/10/06

Guerra e Paz

Augusta Schimidt

Triste sina esta do homem
Que não sabe o que é a dor
Um dia vai aprender
Independente de credo, raça ou cor.

Guerra...
Morte...
Destruição...
Pulsar da incompreensão

Lágrimas perdidas
Melancolia
Destino ensandecido
Entregue ao desatino

A humanidade precisa acordar
Lutar pelo tempo de Paz
Lutar contra o mal que deteriora
Ter amor pela vida
Conquistar cada pedaço de chão
Com sabedoria e compreensão

Esse Deus de todas as raças
Deus poeta e criador
Deu ao homem o livre arbítrio,
O poder da conquista,
A sabedoria e o amor.

A humanidade precisa de Paz
De união, de harmonia,
Que o poeta possa levar ao mundo
Este lema, através da sua poesia.

Campinas/01/08/2006

Escuta...
Augusta Schimidt

Ei você!
Está assim triste por quê?
Não se dê por vencido
Seu mundo já é conhecido
E seu ponto de partida, o coração
Já deu norte à sua emoção

Escuta!
Suas lágrimas por vezes um tanto doce
Por outras com gosto de fel
É a reviravolta da chuva
Caindo em forma de bênçãos
Vinda somente do céu

Num momento impróprio
Toma de surpresa a tristeza
Que chega como um aviso qualquer
Mas pode também chegar a alegria
Trazendo no agora a esperança
De um novo acontecer.

Campinas/03/02/07

Despertar
Augusta Schimidt

Estrela Dalva da manhã rainha,
Desperta o dia...
E junto com a aurora
Busca o sol atrás dos montes
Sopra o vento do horizonte
Bailam pássaros a buscar água da fonte
Começa o dia...

Passa a hora sonolenta
Preguiçosa...
Crianças felizes na calçada a cirandar
Imitam borboletas esvoaçantes
Que cintilam cores exuberantes

E quando o sino da capela
Anuncia meio dia
Faz-se uma prece
Ave-Maria...

Passa a tarde
Finda o dia
Chega a noite
E seus mistérios
Abre-se então
Uma cortina de estrelas
A iluminar sonhos...
E a lua altaneira
Vela o descanso justo
De quem soube viver o dia.

Campinas/20/9/2005 – 17.00h

Despedida
Augusta Schimidt

Caminho numa estrada sem sentido
Ao longe ouço o eco do meu passo
Sofro então a saudade do abraço
Um triste adeus ao meu destino, traço.

Doída despedida de mim mesma
Não consigo obedecer meu coração
Lembranças carregadas de emoção
Meus olhos vertem lagrimas sentidas

Vou partindo deste mundo insensato
A quem importa minha dor bendita,
Não há palavra que possa ser dita...

Qual barco na distancia a navegar
Seguindo auroras, luas e paisagens...
Eu parto sem ter porto onde chegar...

Campinas/24/10/2008
19h

Creio

Creio no Deus,
Criador do Universo
Espírito perfeito
De amor e de bondade.

Creio no Deus,
Como Pai de todos os anjos
E que cada amanhecer
Renova com magnitude
Os dias e as noites
E multiplica sobre nós
A graça de sua sabedoria

Creio no Deus
Que com sua perfeição admirável
Sustenta os seres no espaço
Plenifica e guia o destino dos homens
Na harmonia e na paz.

Creio no Deus
Que através da sua energia
Dirige a nossa caminhada
E nos permite realizar na história
O mistério da sua criação.

Augusta schimidt
01/7/04

Consciência solidária
Essa tal de consciência
Que todos deveríamos ter
Hoje em dia, está em baixa
Precisamos nos rever

Como bem diz meu amigo
“A consciência determina
Certos rumos que nossa vontade recusa
Quando contrariam nossos interesses
Mas quem a tem verdadeira
Sabe que mesmo não sendo ético
É a atitude que devemos ter.”

Essa tal de consciência
Amiga das noites em claro
Quando às vezes atinge seu alvo
Torna a vida mais feliz
Fazendo com que tudo que é bom
Regue a nossa raiz

Pena que muitas pessoas
Que dizem te-la, mas não tem
Pensam que enganam a todos
Fingindo fazer o bem

Por isso desejo a todos
Uma vida bem feliz
Com uma consciência limpa e tranqüila
Discernindo o bem do mal
Solidários com o verdadeiro amor
Pois, ai sim estaremos praticando
A verdadeira Fraternidade Universal

Augusta Schimidt

Cirandas
Augusta Schimidt

De palavra em palavra
De mãos dadas com o coração
Cirandamos pelo mundo
Com amor e emoção

Cirandando versejamos
Prosa aqui, verso acolá
Rodamos a alegria ao mundo
Laços fortes das lembranças
Que o poeta vai cantar.

Cidade qualquer
Augusta Schimidt

Água jorrando brilhante
Mulheres pra lá e pra cá
Historias de amores contadas
A roupa molhada batendo na tábua
Vai sendo lavada, devagar...
Tão devagar que parece que o tempo...
Cadê o tempo, meu Deus!

Campinas/23/08/06
20.30h
Publicada na Apostila do ensino fundamental do Sesi Educa pela Fundação Paulo Freire

Bendito sejas

Bendito sejas Tu, Deus
Que das trevas fez a luz
Que do nada tirou tudo,
Que criou o homem
A sua imagem e semelhança
E que sem nunca nada pedir
Deu ao mundo a esperança.

Bendito sejas Tu, Deus
Que criou o tempo e o vento
Plantou frutos em nosso ventre
Fez da terra um grande berço
Deu abrigo aos animais.

Bendito sejas Tu, Deus
Senhor desta grande obra
Que se chama Humanidade.

Augusta Schimidt

Ausência
Augusta Schimidt

Cai a tarde
O sol se esconde
As aves voam procurando abrigo
Uma estrela desponta no céu
Anunciando a noite que vem
Pra ficar comigo

Penso...
Nos seus olhos suaves,
No seu sorriso iluminado
Penso nos nossos momentos
Sinto saudades de você

Saudade doída
Que faz a alma chorar
Tal qual um galho de espinhos
Que chora a ausência da flor
Às vezes a saudade traz esperança
Aliviando a minha dor.

Aparências
Augusta Schimidt

Duas árvores plantadas
Pela mesma mão que semeou o chão
Beberam da mesma água
Cresceram na mesma terra

Uma de rara beleza
Frondosa e encorpada
Oferecia sombra apenas
A quem vinha pela estrada

A outra pobre coitada
Nanica e desfolhada
Para nada servia
Na beira da estrada

O tempo passa lento
Mas chegou a temporada
E a bela e frondosa árvore
Não deu nada.

Ao contrario a nanica
Abastada de jabuticabas
Era a alegria
De quem por ali passava.

Já não servindo pra nada
A bela árvore acabou sendo cortada
E a outra, a abastada,
Lá estava,
Esperando a nova florada.

Às vezes na vida
Não reconhecemos a utilidade da sombra
Cortamos a árvore errada
Mais tarde é que percebemos
A nossa visão errada
Aí então a gente chora
Por não poder fazer mais nada.

Amor e paixão

A paixão tem um fogo
Um fogo muito quente
Um fogo que queima a gente.

Mas eu digo a você,
Que a paixão não é amor
A paixão provoca a dor...
E o amor que é tão suave
Que é tão doce e alentador
Não pode causar tristeza,
Nem pode causar a dor.

O amor que a gente sente
Tem que vir do coração
Tem que ser tão grandioso
Tem que ter a doação.

O amor que a gente sente
É alegria de viver,
É a graça da vida toda
É a vontade de crescer...

(Augusta Schimidt)

Amizade

Amizade é o sentimento
Que nos permite dizer
Eu te amo, sem medo,
É verdade,
É razão,
É sonho, sentimento, emoção...
É luz que se renova
A cada brilho de uma estrela.

A amizade faz o coração cantar
Faz a esperança sorrir
Faz a gente acreditar que a vida,
Vale a pena ser vivida.

Aos meu amigos queridos
Meu agradecimento e meu carinho
Augusta Schimidt

Amar é...

Amar é tudo de bom
É olhar o céu...ver você nas estrelas,
Olhar o chão...ver você numa flor,
É ouvir o canto do passarinho
Que embala nossos sentidos
Na mais pura expressão de amor.

Amar é viver o momento
Segredar a paixão ao vento
É acordar numa manhã ensolarada
Carregada de esperança orvalhada.

Amar é ver a tarde cair
Acompanhar o por – do – sol,
Deixar que a agonia lenta dos últimos raios
Penetrem o coração
Que neste momento sublime
Transborda emoção.

Amar é sonhar acordada
É sorrir abraçada
Nos braços do abraço
É fazer uma oração de intenção
É pensar na alegria do amigo
É saber que tem um abrigo
Sob os olhos de Deus.

Amar é deixar pegadas na areia
Olhar o mar embalar suas ondas
Olhar pro infinito...
Encontrar o horizonte azul,
Pegar carona nas asas da gaivota e voar...
Voar bem alto até te encontrar.

Augusta Schimidt

A Vida e a Morte

Hoje estive pensando na vida
O quanto já vivi...
E quanto falta para viver,
Sei que não sou dona do tempo
E está aí um enigma
Que não sei resolver.

Durante minha reflexão,
Lembrei de épocas distantes
Quando ficava imaginando
O que seria amadurecer.

E o tempo foi passando...
Cresci,
Vivi,
Amadureci

Hoje vivo numa mistura de expectativa e saudade. Curiosa para saber como será envelhecer.
Já passei da metade do tempo... E o amanhã sei que virá.
Mas de uma coisa tenho certeza, junto com o amanhã, daqui a muitos ou poucos anos talvez, a morte virá me chamar. E eu irei, pois sei que morrerei para o mundo, mas viverei a vida eterna.

Morrerei feliz e serena
Pois meus sonhos não foram em vão
Eles me alimentaram a vida toda
E me prepararam
Para esta ocasião.

Vivi intensamente,
Amei,
Pari,
Escrevi,
Ensinei,
Aprendi.

Fiz amigos,
Construí castelos,
Plantei e colhi.
Vivi enfim a vida que pedi.

E agora,
Feliz, vou seguindo meu caminho
Até minha hora chegar,
Pois sei que da morte
Não vou conseguir escapar.

Augusta Schimidt

A Serviço do tempo

A serviço do tempo
Com o vento
Vôo leve sobre a campina
Desamparada...
Onde a noite é sempre noite
Pois demora a madrugada.

A serviço do tempo
Com o vento
Reúno as estrelas no céu
Para refletir o seu rosto
Numa moldura de nuvem
Que se perpetuará em meus pensamentos.

A serviço do tempo
Senhor de tudo
E de todos os momentos
Com o vento,
Navego no firmamento
Abraço a lua,
Espero que amanheça,
Para abraçar o sol.

A serviço do tempo
Com o vento
Grito ao eco
Eu amo
E o eco espalha ao mundo
Amo... Amo... Amo...

Augusta Schimidt

A Poesia

Certo dia a poesia
Resolveu correr o mundo
Nas asas da gaivota.
Sobrevoou mares
Cruzou o horizonte
Fez amigos
Despertou paixões.

Sonhou,
Rezou,
Inspirou mentes,
Aqueceu corações

Em cada lugar que passava
Deixava um raio de esperança
Um brilho de emoção

De norte a sul no planeta
A poesia acompanhou o vento
Descansou na lua
Dançou com a bailarina
Coloriu o arco-íris
Deu vida ao pensamento.

E hoje
Nos corações onde ela habita
É como uma musica suave
Embalando as emoções
Daqueles que nela acredita.

Augusta Schimidt

A partida do poeta

Tarde triste, mas serena
O vento sopra leve
Entoando a canção
Que lembra com emoção
A partida do poeta.

Os pássaros se calaram,
As flores se abalaram,
As cores se apagaram...
O coração apertou,
A poesia entristeceu.

O poeta partiu...
Deixou parte da sua vida
Nas emoções que causou
Nas alegrias sentidas
Nas pessoas que amou.

O poeta não morreu,
Apenas partiu...
Na carruagem dos anjos
Passeia entre as estrelas
Derramando o seu brilho
Sobre aqueles que o amaram.

O poeta virou anjo,
O poeta ficou imortal,
Seus poetemas se espalharão pelo mundo
Como canção de amor...
De amor profundo e total.

A dança das folhas
Augusta Schimidt

Tarde tranqüila de outono
Sopra o vento o abandono
Folhas secas a rolar
Esperando a sinfonia de pássaros
Que está para começar

Cigarras a postos na orquestra
Toque mágico no ar
As folhas se transformam
Em bailarinas a dançar

Rodopiando em caracol
Ao som da sinfonia em si bemol
Acompanhadas pelo vento norte
Numa rajada bem forte
Encantam a natureza

O vento passa... tudo se acalma
Outras folhas vão chegando
Enriquecendo a coreografia
Agora é outra sinfonia

Folha seca bailarina,
Qual será a sua sina
Até o próximo outono chegar?

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